Preso desde março deste ano por suspeita de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, será interrogado nesta quarta-feira (16) em um outro processo, desta vez por corrupção e lavagem de dinheiro.
O depoimento acontece no âmbito da Operação Quinto do Ouro, desdobramento da Lava Jato que investigou um esquema de pagamento de propina dentro do TCE-RJ. Segundo o Ministério Público Federal, conselheiros do órgão teriam recebido vantagens indevidas para favorecer políticos e empresas em decisões da corte de contas.
Brazão é réu neste processo ao lado de outros quatro conselheiros: Aloysio Neves, José Gomes Graciosa, José Maurício Nolasco e Marco Antônio Alencar. O interrogatório será conduzido pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), por ordem da ministra Isabel Gallotti, relatora do caso no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Atualmente, Domingos Brazão está detido em um presídio federal fora do estado do Rio de Janeiro e será ouvido por videoconferência, às 13h. Logo em seguida, às 14h, será interrogado Aloysio Neves, que se aposentou do TCE em 2022.
Histórico no TCE-RJ
Domingos Brazão ocupa o cargo de conselheiro no TCE-RJ desde 2015. Em março de 2017, ele chegou a ser preso temporariamente na Operação Quinto do Ouro, junto com outros integrantes do tribunal, mas foi solto poucos dias depois. Apesar da liberdade, permaneceu afastado do cargo por quase seis anos, sendo reconduzido apenas em 2023.
Agora, preso novamente por outro caso — o do assassinato de Marielle Franco —, Brazão volta a ser julgado por suspeitas antigas de corrupção, o que pode agravar ainda mais sua situação judicial.
A operação Quinto do Ouro revelou como o TCE-RJ teria sido usado para beneficiar interesses políticos em troca de propina, prejudicando a fiscalização dos recursos públicos no estado.