A Polícia Federal realizou, nesta quinta-feira (18), uma operação para desmontar uma organização criminosa acusada de fraudar benefícios do INSS há pelo menos uma década. A ação, batizada de Operação Façanha, cumpriu oito mandados de busca e apreensão em diferentes cidades do Rio de Janeiro, incluindo a capital, Armação dos Búzios, Cabo Frio, São Gonçalo e Casimiro de Abreu.
As ordens judiciais foram expedidas pela 8ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
Esquema envolvia servidores, bancários e gráficos
Segundo a PF, o grupo era formado por servidores públicos, gerentes bancários, correspondentes bancários e profissionais gráficos. Eles agiam em conjunto para criar benefícios falsos no sistema do INSS, principalmente relacionados ao BPC (Benefício de Prestação Continuada) — um auxílio voltado a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.
O esquema usava o aplicativo Meu INSS para inserir dados fraudulentos e dar entrada nos pedidos ilegais. Com o apoio técnico de profissionais gráficos, os criminosos produziam documentos falsificados para embasar os requerimentos.
Prejuízo pode ultrapassar R$ 30 milhões
De acordo com a investigação, que teve apoio do Núcleo Regional de Inteligência Previdenciária e Trabalhista no Estado do Rio, o grupo chegou a formalizar pelo menos 415 benefícios fraudulentos em apenas seis meses, gerando um prejuízo direto de R$ 1,6 milhão.
No entanto, considerando os mais de 10 anos de atuação da quadrilha, o dano total aos cofres públicos pode ultrapassar R$ 30 milhões, segundo estimativas da Polícia Federal.
Durante o monitoramento, os agentes conseguiram identificar os principais integrantes, entender como o grupo operava e acessar conversas e documentos que comprovam a fraude.
Crimes investigados
Os envolvidos poderão responder por uma série de crimes graves, incluindo:
- Estelionato previdenciário
- Corrupção ativa
- Organização criminosa
- Lavagem de dinheiro
A Polícia Federal segue com as investigações para identificar outros beneficiários ilegais e recuperar os valores desviados.