21º

Rio de Janeiro

domingo, 12 de outubro de 2025

PF investiga possível vazamento em operação contra rede bilionária de combustíveis

PF investiga possível vazamento em operação contra rede bilionária de combustíveis

por

Portal Exato

29/08/2025

3 min de leitura
Curso-para-agentes-da-PRF-scaled

A Polícia Federal abriu um inquérito interno para apurar se houve vazamento de informações na megaoperação realizada na última quinta-feira (28) contra uma organização criminosa que movimentava fortunas com adulteração de combustíveis, fraudes fiscais e lavagem de dinheiro. A suspeita surgiu porque mais da metade dos alvos conseguiu escapar, inclusive os chefes do esquema.

Dos 14 mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça Federal, oito continuam em aberto. Entre os foragidos estão Mohamad Hussein Mourad e Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”, apontados como líderes do grupo. Para investigadores, a fuga de nomes monitorados há meses é um sinal de que algo pode ter saído dos bastidores antes da hora.

Delegados e agentes da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado se reuniram desde a tarde da operação para entender o que ocorreu. A PF agora apura três hipóteses: falha operacional, facilitação de algum agente público ou vazamento de informações. O caso preocupa ainda mais porque a ação envolveu uma articulação complexa entre Ministério Público, polícias locais, Receita Federal e até a Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Apesar das falhas, os investigadores consideram as apreensões relevantes. Documentos, registros financeiros e equipamentos já estão sendo analisados e podem revelar novos braços do esquema, além de possíveis cúmplices em outros setores.

A operação também expôs o uso de fintechs e fundos de investimento como ferramenta para lavar dinheiro. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reagiu anunciando medidas mais duras de fiscalização. Segundo ele, a tecnologia de inteligência artificial da Receita Federal será usada para rastrear cada movimentação suspeita. “Queremos saber quem coloca dinheiro, para onde ele vai e quem está por trás dessas operações. O crime pode até tentar esconder, mas nós vamos seguir o rastro financeiro”, disse.

A Receita publicou nesta sexta-feira (29) uma instrução normativa curta e direta, deixando claro que não se trata da criação de novas regras, mas da ampliação de uma obrigação já existente para os bancos: repassar ao Fisco informações sobre operações atípicas. O objetivo é fechar as brechas que transformaram parte das fintechs em terreno fértil para a lavagem de dinheiro.

Enquanto isso, a PF corre contra o tempo para localizar os foragidos e, ao mesmo tempo, entender como líderes de uma das maiores redes criminosas do setor de combustíveis conseguiram escapar de uma operação que vinha sendo planejada havia meses.

Compartilhe esta notícia:

Usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação.