O Ministério Público do Rio de Janeiro desencadeou nesta quinta-feira (21) a operação Meia Roda, que trouxe à tona um intrincado esquema de corrupção envolvendo a emissão de carteiras de habilitação. A investigação revelou um sistema paralelo em que exames eram dispensados, identidades eram forjadas e candidatos compravam a CNH como se fosse um produto de prateleira.
O esquema alcançava diferentes setores: policiais militares, servidores do Detran, donos de autoescolas, funcionários de clínicas médicas e despachantes. Entre os alvos está o coronel Luiz Henrique Monteiro Barbosa, secretário de Ordem Pública de Volta Redonda, figura de alto escalão que agora aparece no centro das suspeitas.
Como funcionava a fraude
De acordo com o MPRJ, a engrenagem criminosa operava de forma sofisticada. Candidatos pagavam valores para escapar das etapas obrigatórias, enquanto dados falsos eram inseridos nos sistemas oficiais. Para driblar a biometria, eram utilizados até moldes de silicone capazes de reproduzir digitais.
Alcance da operação
Com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI), agentes cumpriram mandados em municípios do Sul Fluminense, como Volta Redonda, Valença, Barra do Piraí e Paraíba do Sul, além da capital e da Baixada. No total, 15 pessoas são investigadas.
Possíveis crimes e desdobramentos
Os envolvidos podem responder por corrupção passiva e organização criminosa. A ofensiva foi autorizada pela 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa, reforçando o peso do caso.
Para o Ministério Público, desmontar o esquema é mais do que punir fraudes individuais: trata-se de resgatar a credibilidade de um sistema que deveria zelar pela segurança viária, mas que vinha sendo transformado em balcão de negócios.
