A Polícia Civil do Rio de Janeiro já identificou o suspeito de ter enviado mensagens ameaçadoras ao deputado estadual Giovani Ratinho (Solidariedade). A apuração foi conduzida pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), com apoio da Subdiretoria Geral de Segurança da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A identificação foi possível por meio da análise do número de telefone usado para enviar as mensagens, que foram recebidas pelo parlamentar via WhatsApp.
O número foi habilitado no mesmo dia em que as ameaças começaram a ser enviadas, em 20 de julho de 2025. Na última quarta-feira (30), Ratinho registrou um boletim de ocorrência na Cidade da Polícia, e o caso passou a tramitar sob sigilo. Um relatório detalhado com o rastreamento das ações do suspeito já foi elaborado pelas autoridades.
Alerj oferece apoio e segurança reforçada
Diante do caso, o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil), determinou o apoio total da segurança institucional da Casa ao deputado ameaçado. O relatório das autoridades recomenda medidas imediatas de proteção, incluindo o uso de veículos blindados, escolta armada e monitoramento constante dos deslocamentos de Ratinho.
A proposta é que a proteção seja estratégica e baseada em dados de inteligência, especialmente em áreas de maior vulnerabilidade política, como a Baixada Fluminense, onde o parlamentar tem atuação mais intensa.
Contexto de violência política na Baixada
O relatório aponta que as ameaças a Giovani Ratinho estão inseridas em um cenário de crescente violência política na região da Baixada Fluminense, particularmente em São João de Meriti, base eleitoral do deputado. Pesquisas do Observatório da Violência Política e Eleitoral da UNIRIO e do Laboratório de Estudos sobre Política e Violência (Lepov/UFF) revelam que, entre 2015 e junho de 2023, foram registrados 92 casos de violência contra agentes políticos na região.
Desse total, 27 envolveram vereadores ou candidatos a vereador, além de outros alvos como assessores, sindicalistas, cabos eleitorais e até pessoas sem ligação direta com cargos públicos. Os estudos apontam que a violência é alimentada por disputas locais intensas, possíveis rivalidades políticas e até a presença de organizações criminosas.
Embora ainda não haja confirmação oficial, há a possibilidade de que as ameaças tenham relação com denúncias feitas por Ratinho contra a prefeitura de São João de Meriti — o que pode ter intensificado o clima de tensão política no município.
Defesa da democracia
Para as autoridades envolvidas, o caso reforça a urgência de combater a violência política e de garantir o funcionamento pleno das instituições democráticas. Ratinho deve se pronunciar ainda nesta quarta-feira por meio de suas redes sociais, apresentando sua versão sobre os fatos e medidas que pretende adotar diante da situação.
